O jogo de representação de personagens ao vivo enfatiza a
interpretação em vez da imaginação, como ocorre no RPG de Mesa. Dada sua forte
característica interpretativa um dos jogos mais utilizados para a prática de
LARP é o Vampiro: A
Máscara. “Essencialmente, ao invés de ficar
sentado descrevendo os atos e palavras de seu personagem, você se levanta e
representa – você age e fala como ele o faria.” (HAGEN, 1994, p. 24, grifos do autor).
A personificação de
papéis ao vivo é um dos aspectos mais dinâmicos e inovadores de Vampiro. (...) A representação ao vivo
é semelhante a um teatro de improviso, no qual os atores (os personagens) agem
durante as cenas criadas e apresentadas pelo Narrador. Isto gera uma
experiência de personificação mais intensa e imediata (HAGEN, 1994, p. 66, grifo do autor).
Embora o jogo Vampiro:
A Máscara se beneficie imensamente
do LARP, esta não é uma prática exclusiva do seu sistema de jogo. Do mesmo
modo, não pode ser confundida como uma criação advinda deste jogo, já que os
primórdios do LARP estão nos anos 70.
Existem hoje LARPS dos mais diversos sistemas, do pioneiro D&D e
Senhor dos Anéis ao vitoriano Castelo Falkeinstein e jogos de ficção
científica.
Feche os olhos.
Imagine a seguinte cena: um espaço vazio. Em seguida, um homem atravessa o
espaço. Depois, outra pessoa aparece. Depois outra, e outra, e outra, até que
esse lugar, de repente, fica repleto de pessoas. Agora imagine essas pessoas
trajando roupas vitorianas, gritando contra seu regente usurpador do trono real
e correndo em sua direção para arrancá-lo do poder! Pronto. Por um momento
vislumbramos uma possível cena de um LARP (ALVES, 2010, p.10).
Porém,
assim como a prática do RPG não deve ser confundida com uma metodologia, como
aponta Rocha (2010), o LARP também não deve ser encarado como simples
improvisação teatral, já que as atividades lidam com diferentes teorias e
fatores, não existindo uma conexão direta e proposital. “Ao tratarmos sobre
improvisação, elemento presente tanto nas narrativas e jogos de RPG, quanto no
ambiente cênico teatral, alguns distanciamentos se evidenciam” (MORAIS, 2012,
p. 32). No LARP a interpretação é livre, mas deve ser realizada de acordo com a
ficha do personagem de cada jogador e as ações do jogo são limitadas pelas
regras, que assim como no RPG de Mesa são mediadas pelo mestre (na educação, o
professor), o elo que une este complexo universo e evita a transformação do
jogo em uma atividade de “fazer por fazer” ou, ao contrário, permitir que as
regras se tornem correntes inibidoras para as atividades criativas.
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